sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Frêmito de asas
Acordei e me enxerguei
entre dois espelhos
a poesia e a realidade
visionário labirinto
onde instintos
me guiavam
avistava o longínquo
num céu de agruras
povoado por anjos caídos
e corações calejados
essas faces em conjecturas
apontavam minha solidão
sentimentos indiferentes
ante a vida de verdade
gestos programados
por um mundo palpável
flores na relva emolduravam o chão
o vazio dos instantes
feito de olhos distantes
que se existidos seriam eternizados
honrarias de homens
esquecidos no pó das asas
rastejantes Teseus
que nunca me encontrariam
Adriane Lima
Arte by Jack Powell
Renov(ar)
Eu nunca tive medo de mudar.
Sempre aproveitei minhas coragens,até mesmo aquelas que me fizeram balançar e conhecer o medo.
Nunca me empoeirei em cantos entre sonhos guardados e pedaços que não mais me serviam.
Transformei meu mundo todas as vezes que sentia que poderia sair dali assim como entrei...mudada.
Mudei de casa, de emprego, de ideias, de amores, e mudarei sempre que sentir que não se encaixam mais em meu caminho pessoal.
Não temo as mudanças, saio machucada porém sempre cheia de esperanças.
Afinal, estou aqui para me vestir daquilo que acredito e ser assim como sou.
Alguns sentem borboletas no estômago.
Eu sinto um casulo abrindo-se em meu âmago ....
Adriane Lima
Arte by Charmine Olívia
sábado, 27 de dezembro de 2014
Olhos dissonantes
Muitas vezes cansa
o egoísmo frágil
de se provar humano
a necessidade voraz
de se gostar desumano
Destino e presunção
de quem está vivo
ou ao menos crê nisso
Desejo e contemplação
de inventar desafios
se atormentar por algozes
ler frases funestas
digerir espinhos em festas
odiar com louvor e exaltação
É preciso recolher os cacos
das palavras frágeis e grudentas
não permitir que colem ao corpo
muito menos passem perto do coração
Adriane Lima
Arte by Patricia Ariel
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