quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Onde adormece o silêncio


Não me pergunte sobre o tempo
se está frio ou se vai fazer calor
O tempo é dono do agora
e não, das intempéries lá fora

Me pergunte como o tempo
acordará os sonhos adormecidos
O tempo é sempre fluído
tão avassalador e desmedido

O tempo repousa em trapézios invisíveis
ou entre pulos de ovelhas esperançosas
travessias entre vida e morte

Não me pergunte sobre o tempo
deixe-o cuidar do mistério humano
do possível infinito, no verso de um poeta

Não pergunte sobre o tempo
viva-o, antes de ser tocado por ele
entre as respostas turbulentas das horas









Adriane Lima


Arte by Sophia Bonatti





terça-feira, 2 de agosto de 2016

Voando em círculos



Quisera você ser
aquilo que ninguém vê
quando estamos a sós
rodeados de certezas e medos

Quisera você ser
aquilo que ninguém vê
quando estamos separados
rodeados das mesmas certezas e medos







Adriane Lima







Arte by Lucy Evans

Poema para abrir os olhos



Em teu rosto avisto
um mar bravio
profundezas oceânicas
de onde me desvio

Um mar de lágrimas
habita teus olhos
em que não descansas
o desejo incontido
que sobe, até as nuvens

evaporas a visão etérea
ao secar teu pranto
daqueles pesos explícitos
trazidos ao cais da vida

O que saberão da alma do homem?
só ancorada pelos teus raros






Adriane Lima







Arte by Beau Frank
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