sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sentidos desordenados



Quando ouço tua voz
as palavras são mestras
mesmo que chova no molhado
vou dançando nessa festa

quando falas
abrem-se todas minhas frestas
e o que era disforme
vai se moldando ao tom

nuances de uma reza
mantra solto no ar

Não existem notas
não existe nada
nem mesmo sei
o ritmo que
nos embala

música feita de verdade nua
a aquecer minh'alma
que jaz tão tua

e o som ecoa
e o som me aquece
e tua voz vai sumindo e voltando
interna e ternamente

os limites do sombrio
que rondavam meus porões
provocando clarões viram
luzes esparsas  no ar

nada em nós tem lógica
nada a aplaudir o impossível
melodia nem faz falta
mas, é a voz , o invasivo
que ecoa em meu lado poético

é o que me protege
das horas de dor
é a medida pulsante
desse afeto distante
que faz eco em nossas vontades

tua voz é música
pendurada em estrelas
pautando o infinito
que aprendi a decifrar

 
 
 
Adriane Lima
  
 
Arte by   Stanislavas Sugintas 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Florir na carne



Se a alma é o sagrado
se o corpo é o pecado

amar de corpo e alma
é dual ou contraditório ?

vida vestida
de castidade
cena improvável

amor necessita de corpo
corpo necessita de carne

seguir a natureza
do divino
não pode ser profano

somos mais do que meninos
e muito menos que arcanos

amor é o caminho
paixão é o terreno

que unidos
incendeiam até o osso...

 
 
Adriane Lima
 
( imagem retirada da net ) 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Represa de palavras


 
Poema na carne
é o que te dou  
onde jogo
sons e gestos 
e oferto-te
todo o orgasmo
que em mim
nunca provastes 
sabor de soro
diante o medo
que paralisa o ar 
nossos segredos
esfacelados
caem ao chão
feito inexplicáveis
sobreviventes 
Eva em noite
de lua crescente 
sabe que amar
nunca é pecado

 
 
 
 
Adriane Lima



( Imagem retirada da net )
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