sábado, 10 de janeiro de 2015

Fortemente desarmado




Quando pedi que partiste
sabia bem o que estava dizendo

e que neste gesto estaria incluído
partir também meu coração







Adriane Lima


Arte by  Ana Juan

Morte das azuláceas

 
 
 
 
 
Hoje tão pouco importa
seu perfume me cheira
a flores mortas
e nem pela mais pura lembrança
me sinto penetrada
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
Arte by Gaia Alari

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Leveza asfáltica







Moram em meus olhos
a euforia e a tristeza
ternamente dispostos
as surpresas do dia

Moram em minhas mãos
a ternura e a vastidão
mansamente dispostas
a plantar e a colher

moram em meu peito
o pássaro e a gaiola
desejando alimento
embora sonhe
com a liberdade

moram em mim
o amor e a raiva
pétalas e armas
sangradas pela boca

meu corpo deveria
estar inquieto com tantos
inquilinos.
Em vez disso
está repleto de silêncios

Ao longe ouço o mar
com as mãos em concha
em meus ouvidos

Divinamente
os deuses me deram
e me tiraram tudo











Adriane Lima










Arte by Amy Judd

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