quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Verso Avesso



Vejo-me nua
na rua de teus versos
e estou à sombra

de tua obra in natura
onde gozas o mel

de tua poesia em minha boca


existencial me tornei
com os teus gestos

 são os meus sentidos aflorados
que me dizem que eu existo

mas, não você
 

o resto de mim
é o que a poesia não diz
nem me fala
nem me propõe

aprendi a colecionar silêncios
entre uma estrofe e outra


um dia há de ver
que entre adjetivos soltos
estou eu presa
entre as linhas descompassadas
do que não me escreves


perdoo teu silêncio em letras
e alguns verbos não conjugados

que balançam feito pêndulo
em minhas horas mortas
 

onde não há necessidade
de se dizer nada
apenas profanar

as luas que já passaram a tua espera


 



Adriane Lima

2 comentários:

  1. Dri, você tem um dom poético fora de série!! Adooooro tudo que você escreve. Vejo-me em suas palavras. Beijos

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  2. Lindo e instigante como sempre!

    Tenha uma maravilhosa semana!

    Beijo grande!

    ResponderExcluir

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