quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Viagem Interior



Me vi sem disfarce 
naquilo que sou 
misto de amor e desamor
enlance e deselance
perfeição e imperfeição

Morada de sonhos e realidade
delicadeza e crueldade
piso concretos e desertos
visito delírios febris

Encaro meu avesso
despojado sem adereços
e sem endereços
das chegadas ou de partidas

Vejo dores guardadas
fantasias já rasgadas
Mas teimosas em viver

Sou aquela que se fere
e cura o próprio corte
sou a sobrevivente
a fênix renascida
cheia de feridas
sigo meu caminho

Navego dentro do mar
em profundidade real
sou mulher atemporal
esquecida na beira do cais

 




Adriane Lima

2 comentários:

  1. Gostei muito do poema, só o final que achei meio fatalista, como se a mulher estivesse abandonada...Creio que sempre vem mais uma onda, e outra outra e outra e outra...não dá pra ficar parada na beira do cais, a vida é movimento! sempre. Ainda que não estejamos com vontade ou ímpeto para nos mexer, a própria vida se encarrega disso, felizmente. hehehe...

    Beijão!

    Lindo post!

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  2. lindo! achei o final perfeito. gosto da sutileza e da delicadeza das suas palavras.
    ---
    blogestarcomvoce.blogspot.com

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