Não sei se Bill Gates, quando criou o Windows, imaginava que esta janela, absolutamente moderna seria capaz de ser objeto de inúmeras histórias de amor, será que ele sequer imaginou ter uma moça debruçada, qual na música do Chico ?
Mas tem. E são muitas as Januárias sendo homenageadas ,nessas janelas distantes do mar.
A janela pode não ser palpável. Mas os amantes são de carne, osso e muito sentimento.
Os desatentos não perceberam. Os rígidos acham um absurdo.
Todo mundo acha alguma coisa, mas parecem não perceberem um detalhe: o amor é o mesmo, o que mudou foi a janela
As Januárias também mudaram,assim como mudaram os príncipes encantados,mas o amor moderno busca as mesmas idealizações do amor de anos atrás.
Provavelmente ,a Januária de hoje fale de amor em um blog, leia poesias,escute músicas românticas diferente de sua mãe que esperava o amado no portão,tinha um seresteiro sob sua janela mas,também gostava de poesias e escrevia em um diário os seus sonhos "cinderelescos".
Essa é a Julieta pós-moderna que compreendeu o que as modificações nas relações significam, consequentemente a perda da forma antiga da expressão do amor.
No entanto, o ideal de amor ainda persiste mesmo que imaginariamente...
O ideal de amor, aquele proclamado nos versos de Chico Buarque,que vê o tempo passar na janela e só Carolina não viu!!!
Mas é lógico que essas Julietas,Januárias e Carolinas modernas trabalham fora,têm autonomia,são amantes e também amadas e com certeza ja frequentaram sessões de análises e provavelmente já sofreram por amor e literalmente não morrerão se algum Romeu as deixarem.
Do mesmo jeito que o Romeu moderno hoje entende de mecânica,eletrônica, de bolsas de valores,entra em sites de relacionamentos,conhece vários países,sabe cozinhar,fala várias linguas mas, tem um sentimento unilateral por a sua amada.
O que se diz moderno não é o amor...e sim as facilidades e a forma de se relacionar através do amor.
O que cada um espera sempre será uma busca única,individual
Não existem fórmulas ,não existem jeitos de amar,mas existe o amor real, o palpável,aquele que sustenta e é sustentado pelo cotidiano,pelo aprendizado e desse ninguém consegue fugir.
Quem quiser sair da janela ,terá que viver o amor real,e entrar em contato com o amor dos novos tempos.
"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar."já dizia Machado de Assis.
Desde que no mundo surgiu a primeira história de amor,muitos de nós já sofreram desse mal e os que ainda não sofreram , saibam que não terão escapatória.
O amor é um bem universal, pertence às leis divinas,mas amar ao próximo também é passar por dores e lições,de humildade e aceitação.
Mesmo em um mundo de modernidades,o amor ainda é sonhado,buscado,constantemente pelo simples fato de que a solidão não é uma boa companhia para ninguém.
O amor romântico nao vive só nas janelas dos internautas, mas também nas telas dos cinemas.
Impossível ter alguém que não goste de ir com o seu amado ao cinema assistir uma bela história de amor.
Até na publicidade moderna se prega o romantismo.
As propagandas ,quando querem vender algo de amor, criam uma atmosfera com flores,luz de velas,casais se beijando na chuva e até paqueras por telefone com sms.
A verdade é que o amor ,até hoje ,ajuda a vender produtos.
Então será que o tal de amor pela internet acabou mesmo com o romantismo?
É incrível a quantidade de pessoas que cada vez mais encontra a sua cara- metade através de um chat ou de um site de perfis e acreditem ou não, muitos dão certo!!
Os conteúdos emocionais são trocados com mais facilidade onde há maior liberdade para expressar desejos e interesses.
Onde até mesmo um jogo excitante se desenvolve antes do primeiro encontro real.
Tudo isso, desperta sensações diferentes, ás vezes as pessoas já se conhecem de tal forma que não há lugar para constrangimentos e o amor pode mesmo acontecer.
E em fantasias não se cresce. Nem se ama.
Quem nunca sentiu a estranha sensação de se apaixonar sem mais nem por quê?
Ou ainda de depositar expectativas em uma relação fadada ao fracasso?
Talvez essas inquietações não sejam características individuais, mas sensações que envolvam todos os indivíduos .
Hoje lidamos com tudo muito rápido,muito pronto,muito necessário ao apelo do outro,ninguém mais se dá tempos de conhecimento,a nova geração ama e desama com a mesma rapidez e nem por isso deixa de ser amor.
Hoje temos um hedonismo muito grande nas relações,as pessoas buscam o prazer a qualquer custo e muitos se tornam os "egoistas do amor" e por isso o amor vai se modificando nesses novos tempos.
Mas nunca deixará de ser essa busca incessante de felicidade.
Hoje se pensa também no amor-próprio,onde se descobriu que para se amar o outro é preciso estar inteiro.
Portanto moderno,antigo pouco importa...desde que seja amor !!!
Abra sua janela e deixe-o entrar!!!
Adriane Lima
( Texto publicado na revista Glamour / edição 4 Ano 1 )
( Texto publicado na revista Glamour / edição 4 Ano 1 )
Moderno, incrível!!!! Bjs Dri!!
ResponderExcluirDelícia de texto Dri, beijoo
ResponderExcluirA minha janela está bem abertinha... o amor e o bálsamo da vida e sem ele somos tristes, rígidos, inseguros...
ResponderExcluirMuito interessante teu texto, Dri... fala do amor no momento contemporâneo.
Parabéns e sucesso sempre pra vc.
bjO