sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Leve pulsar





Onde todos buscam segurança
busco saídas, mas meu poder é nada
meu destino habita o silêncio dos Deuses 
feito da maldade dos homens

O ar queima sem arder a vida
o pulsar de cada gesto
tão viril e indigesto
me fazem agonizar
e como árvore no outono
minhas folhas caem  e entardeço
na tristeza de não pode voar

Me torno dura, sem medida
sou a que sonha, sem apegos
nem a procura de abrigo


a que vai sem ensejos
de felicidade oferecida

E assim envelheço
sucumbindo o corpo
num desejo de ode divina :
voltar a ser menina
diante da credibilidade de homens
e de pássaros livres

Erro mortal petrificando a alma
na dureza das palavras irreais

mas, eis que surge você
dizendo para eu pular 
de olhos fechados

e alçar voos que só 
minha incrédula visão 
de ave proporciona
basta acreditar 
em um novo céu 
e na luz do luar





Adriane Lima



Arte by Italia Ruotolo

2 comentários:

  1. Adri,

    O leve pulsar, acreditar em si , alçar voo inconsequente, coragem e certeza de amplidão...de céu, de ousadia, de liberdade, de novidade.
    Como sempre, lindo!

    Abraço,

    Aureliano.

    ResponderExcluir
  2. Sim, Adriane Lima, o amor nos dá asas para voar, mas é preciso coragem de saltar no escuro, pois certezas, garantias, não nos são dadas. Ante a possibilidade de sermos felizes, então, saltemos... façamos da coragem nossa arma para enfrentar o medo.
    Lindo poema!
    Namastê!!!
    Bjs.

    ResponderExcluir

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