quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Poema para o ano da serpente



Dias seguem
coleciono sonetos
rabiscados em um caderninho
de segunda mão.

acostumei a guardar
nas gavetas do amanhã
os meus fracassos
tudo que inicio e não termino

ouço Cartola e sinto
combinar com meu momento
ao citar:"o mundo é um moinho"

e nessas incertezas da vida
e do amor,vou acreditando
no destino ou me culpando
pelos vazios internos

mas não há nada escrito
e o ano é tão novo que
bordo palavras ao som do improviso
e brinco de ser feliz

não,não vou contabilizar nada
nem vitórias,nem fracasssos
nem vou queixar-me aos quatro ventos

internamente,sei os olhos
do abandono,reconheço seus donos
prefiro me lembrar dos olhos da menina

que sempre no início de ano
se alegrava em sair para escolher o
material escolar, escolhia seus lápis
de cor e abraçava os livros
na certeza de ali encontrar felicidade

 
 
Adriane Lima
 
 
 
arte by Bruno di Maio

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