segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Palavra única

 
As palavras se perdem
queimam nos ombros
feito pesados fardos

porquê não admitimos
a luz de sentinela
que se fazia espreita
como olhos de Capitu


nesse mar de dúvidas
sou corsário de mim
concluo que Atlântida
continuará submersa

sigo nesse navio fantasma
onde impus
minha bandeira
em busca
de tesouros escondidos

diante o naufrágio
ando sobre a tábua
de salvação

- hei de saltar
sem muitas explicações
após rotas desconhecidas

exijo dignidade nos olhos
e cumplicidade nos gestos
enfim, lhe dou o direito
de assinar por mim


um salvo conduto

 
 
Adriane Lima
 
 
 
 Arte by Igor Kamenev

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