quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O silêncio das palavras



Não é a pedra no sapato
nem a falta de asa
nem a sobra de casa

é o caminho
é a tua hora
é a minha

é o tempo que se fez
indiferente, foi a gente

que culpa tem o mundo
se a porta está aberta
se o dia nasce
se a noite surge

dias iguais
os mesmos sonhos
os mesmos anseios
só o amor não veio

envelopes em cartas
não se usam mais
estamos sós
ele, ela, eu, você

 - o mundo

dos sonhadores
dos coloridos
dos desgarrados
que se encostam
em cercas elétricas
e se agrupam

quando vem a chuva
quando vem o frio
quando vem a noite

unem-se ao rebanho
para esquivar-se do medo
para proteger-se da solidão
para encontrarem conforto

singulares, múltiplos

onde está o caminho
o elo perdido
as promessas vãs
onde está o grito
a carta de alforria

onde está o dia
em que a palavra
e a poesia
se tornariam sinônimos
de
ser
felicidade







 Adriane Lima

 




Arte by Danielle  Richard 
 

2 comentários:

  1. Gostei muito do teu poema.
    É magnífico.
    Adri, querida amiga, tem um bom resto de semana.
    Beijo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nilson,meu amigo poeta,fico sempre muito honrada com tua visita e teus comentários sobre minha poesia.Já que admiro tanto tua escrita!!!

      Obrigada por todo carinho!!!
      Beijo!

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...