terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Na pele de poeta






Já fui pena, poema
pernas, braços e vertigens
nuvem, céu e voo
coragens e esconderijos
fui o avesso e o remendo
a corda bamba e a linha fixa
fui lua em céu de noite escura
fui dor e acolhimento
permanência e efemeridade
torpor e melancolia
pássaro de asas inquietas
feito em partes bifurcadas
entre a essência e o
sentido massificante
fui estrada transformada em verbos
conjugados em poemas prolixos
de quem não ignora o que vive
sou o peculiar óbvio ululante

 




Adriane Lima







Arte by Leah Saulnier 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...