domingo, 1 de junho de 2014

Horas silentes




Um apito de trem
solfeja em meio a tarde
quebrando silêncios
um aperto no peito
revela meu tic-tac
interno ponteiro
parado no tempo
âmago chuvoso
que arde, que arde
dou corda no sonho
dou voltas pela casa
sobram ilusões
em minha cara metade
mergulho em leito
automatizada sinto
ausculto corações
leio poemas
rasgo bilhetes
viro páginas
conheço emoções
por impulsividades
enamoro lembranças
de verdadeiras paixões
entre tempos perdidos
sou trilho em atrito
no gritante silêncio
de tudo que sei
de tudo que havia
encruzilhada de túnel
luz nesse final de dia 






Adriane Lima








Arte by  Sophie Wilkins

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