quinta-feira, 9 de abril de 2015

A repetição de meus mortos

 
 
Minha alma conhece o desamor
os lábios que sorriem estirados
como uma cicatriz que se estende
no frágil corpo que sangra
 
nem toda descrença vira pecado
 
Minhas mãos conhecem os gestos
a alma perdulária que fala soberbamente
como uma ave que entoa seu canto
no frágil galho que flexiona
 
nem todo pecado vira descrença
 
Ambos adormecem em
cada poro de meu corpo
restos que impunemente
ganhei da navalha do tempo
 
sem o consentimento
vieram abocanhando meu Eu covarde
hoje liricamente me expresso
e costuro entre silêncios as tristezas
 
docemente aprendi
abrir o peito e fechar o corpo
pequenas rezas me orientam
a suportar com firmeza
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
Arte by Alyssa Mons 

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