Um velho silêncio
me faz companhia
tudo se perde, bem sei ,
os cenários, os sapatos,
os olhares, as palavras
as chaves, as direções
o rosto que jurei nunca esquecer
o sorriso que afirmei sempre ouvir
tudo se gasta
e eu, tecelã de poesias
tento bordar algumas estradas
endereçadas aos meus verbos
empurradas por uma mão invisível
que teimo não acreditar ser minha
Sinto um deserto em meus olhos
as miragens, já não me iludem mais
Não peço coordenadas para ir em frente
sem animosidade entendo tudo
mudei como a geometria da lua
minguei despida de esperanças
de abraçar um gesto de amorosidade
talvez alguém pergunte, onde Eu estava
nesse momento mudo
e então responderei :
Não uso palavras para enfeitar o que sinto
quero apenas silenciar-me
nessa substância de ser gente e sentir tudo
Adriane Lima
Arte by Willian Rose
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