segunda-feira, 13 de março de 2017

Onde habitam as asas



As paredes de minha casa
cansaram de ouvir
falar de solidão

Descascaram-se
em lágrimas de
tintas enternecidas

Acordaram buscando sol
nos mofos das retinas
onde doía em silêncio
a desistência da vida

Entre noites escuras
abraçavam dores vazias
de pares e pés unidos

Nas paredes dessa casa
rachaduras de histórias
caladas entre curvas

Corpos que se transformaram
em fantasmas e vivem
a espera do tempo

Casa:- lugar onde habitava o sol
sem paredes 

e minhas aves de arribação



Adriane Lima







Arte by Galia Bukova

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