domingo, 29 de janeiro de 2012

Âmago de menina



Caminhos de perfume
infância distante
um belo lugar
feito acalentar
de colo de mãe

Em minha mente
nostalgias
uma rua só minha
onde eu corria
desenhava entre o
inferno e céu
uma amarelinha

De lá para cá
 já esquecidas
marcas do tempo
as lembranças

corroídas pedras
de esperanças

feitas de perguntas silenciosas
e do olhar de espectador

Por isso esperei tanto tempo
por isso a vida venceu
diante de mim
e da menina
que me pertenceu

Sei que sobrou muito pouco
desse brincar
leve e solto
dessa rua
que se fosse minha
jamais mandaria ladrilhar

Mas ela era tão minha
Tão minha

 



Adriane Lima

Meu sim,assim





Hoje acordei como qualquer Maria
Ou Rita, Helena ou Joana

Tentando não me ver insana
Sem lua
Sem sol
Ou poesia

Menina fria
num canto do quarto
travesseiro apertado ao peito
vendo a vida de um jeito
 e querendo vira-la do avesso

Sem expressão nos olhos
peito pesado de sonhos
pergunto se ainda existe
alguma vida aqui dentro

Olho no espelho e na retina
alguém me acena de dentro
uma flor uma menina
com adocicado na boca

Não é Maria ,nem Rita
apenas a vida que grita
dizendo que em mim
ainda habita



 


Adriane Lima


Arte by Andrius Kovelinas 

Deriva



No silêncio da noite
breu total de sonoridade
se é que se pode assim dizer

O que é a sombra
desse silêncio
que diz mais a mim
do que você

Tempo voa
atordoa
e minha mente
não cala
viaja
é maruja
em meu convés

porões por hora
habitado
fantasmas acorrentados
peso de meu revés

Porque não aceito
o silêncio
Porque procuro respostas
Se sei do fio o viés

Se o tempo passa
sem alarde
já me fez mais
que covarde
não sou dona de
minhas marés

Recuo
Bato nas pedras
Rochas de memória
restos de porquês

Barco solto ao
mar da verdade
Interno
Intenso
Insensatez...

 



Adriane Lima
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