segunda-feira, 20 de abril de 2015

Ciranda poética




Quando construo meus poemas
sou dona de meu destino
dançarina de meus versos alados
que rodopiam entre palavras
que teimo inventar


sinto a música leve
da sonoridade
me chamando para brincar


entre meus devaneios
imito arpejos
coloco ao fundo
a música
da vida que passa


flutuo quieta
sonho acordada
com a dança das mãos
a escrevê-los

ponho meus pés onde desejo







Adriane Lima




Arte by  Sadie Robinson

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Por trás das palavras




A boca do mar engoliu o lobo
que lambeu as flores
e adormeceu na areia
e vomitou a duna


nasceram estrelas
pulverizando luzes
em inabitadas ilhas


onde com excessiva doçura
em uma delas
a menina se enclausurou







Adriane Lima







Arte by  Renzo Castaneda Zevallos

Solidão no olhar não ganha asas





Há nos olhos de meu gato
o espanto de quem acaba
de chegar ao mundo
 
ele bebe a claridade
em seus olhos de céu
e ganha asas
em minha imaginação
 
brinca e corre
entre os pingos da chuva
não aprendeu a distinguir
abelha de borboleta
 
imagens diáfanas
entre asas e liberdade
o cheiro da grama
faz ele franzir o nariz
 
paira no ar
a unicidade
de tantos sentimentos
 
entre eu e ele
há imensos olhos
nascidos dos meus
pés de ventos
 







Adriane Lima









Arte by Francesca Strino
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