segunda-feira, 2 de junho de 2014

Sob a luz da suficiência

 
 
 
A efemeridade do verso
me mantém acordada
amparo-me no infinito
recorro a janela da alma
e transformo meu grito
 
toco com o olhar
o cancro do dia
o pão mofado e fétido
da existência sem virtude
 
expressão do pensamento
contida, areia dourada
das mãos de Midas
conheço o interno sagrado
natureza e felicidade
 
ouço a voz
do desconhecido
ofertando-me suas
velhas verdades
convivência
sociedade
 
-saciedade ...
 
refaço-me na indiferença
sigo em meu cansaço
um eco onde desperto
 
para o real
para o interno
para a vida
e a dor dos mitos
sem consertos
 
matéria bruta
dos sonhos
lanterna na mão
de Diógenes
sangrando
o bronze do tempo :
 
"Busco um homem que viva 
segundo a sua essência"
 

domingo, 1 de junho de 2014

Horas silentes




Um apito de trem
solfeja em meio a tarde
quebrando silêncios
um aperto no peito
revela meu tic-tac
interno ponteiro
parado no tempo
âmago chuvoso
que arde, que arde
dou corda no sonho
dou voltas pela casa
sobram ilusões
em minha cara metade
mergulho em leito
automatizada sinto
ausculto corações
leio poemas
rasgo bilhetes
viro páginas
conheço emoções
por impulsividades
enamoro lembranças
de verdadeiras paixões
entre tempos perdidos
sou trilho em atrito
no gritante silêncio
de tudo que sei
de tudo que havia
encruzilhada de túnel
luz nesse final de dia 






Adriane Lima








Arte by  Sophie Wilkins

Flor particular

 
 
Meu sentimento
bicho indomável
que a cada hora acho
a cada hora perco
meu sentimento
aprendeu que
viver intensidade
é vazão sem reconhecimento
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by  Krassimir Kolev
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