sábado, 10 de dezembro de 2011

Licença Poética




Eu peço  licença à toa
porque as vezes
igual a Fernando Pessoa
sou duas ou três de uma vez
Sou a que fala, a que cala
a que ama e morre todos os dias
e a que sangra todo mês
Eu peço licença prêmio
pelo amor que não veio
pelo sonho roubado
que me fez sentir tão freguês
Eu peço licença poética
por quebrar a estética
e rimar cataclismas com hortelã
e ainda assim ser enfático e crer
em minha escrita burguês

Eu peço licença aos astros
por ter amado Bardot
e em minhas sessões da tarde
ter ido à pé até Marte
e aprendido a usar perfume francês
Ou então, não peço licença de nada
e sigo a estrada, desta minha insensatez
Adriane Lima

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