sábado, 14 de janeiro de 2012

Mar à dentro




Toda vez que penso
toda vez que sinto
toda vez que quero
toda vez que minto
me vejo por entre corredores e labirintos

dentro de tua imaginação
que para mim são lugares secretos
Em meio aos meus desertos
matei essa sede infinita

você foi o centro
fez desse momento meu atemporal

 eu te vi partir
escorrendo feito vela derretida
que queima incendeia fere
se puser a mão

sem poder te tocar
eu perdi o alento
não achei unguento desta solidão
 

mesmo assim invento
ao meu coração sedento
outras respostas
outra solução

onde a covardia
já fez sintonia
e me abriu o chão.

para você eu preparei uma primavera
e você não veio
nem me viu florir

nesse momento
não foi meu intento
navegar por mares tão desconhecidos

e dizer que por você morri

  o teu sol menino
não é mais meu centro
e te desinvento

-igual te fiz surgir

 




Adriane Lima


Arte by  Miroslav Yotov 

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