E quem não se choca ao ler verdades
quem se mantém preso a estética das vaidades
com certeza esse não está vivendo de lucidez
Todos nós temos perdas,medos,
lamentações,dores de estimação
essas que nos conduzem a anseios
de ódio e desaprovação.
Mas que desumano falar assim,
palavras pesadas que soam
feito sujeira em baixo do tapete
Mas, há também que comemorar
o que não queremos,
o que nos aflige,
o que nos faz ser menos
do que poderíamos ter sido
Entendo que só assim escancarando dores,
sofrendo de tais amores
conseguiremos repelir a futura repetição
Evitar a reincidência
que nos aproxima da miséria humana
Gesto que dói,gesto que dura
um segundo de fração
ou dura a eternidade
daqueles que sentem a compaixão.
A dor da perda é chaga aberta,
ferida que ninguém vem para curar na hora certa
ela depois de aberta,
é morte diária que vem fazer plantão.
Perder algo que contém teu sangue
teus sonhos,teus restos especiais,
não tem amor que combata
e palavras que expressem tal sensação.
Ferida escancarada
pássaro morto ao longo da estrada
nos dias de festa ou solidão.
Dias vão passando e a existência prova
que muitas vezes somente
pelo epitáfio se está esperando.
Matar ou morrer
frase dita sem saber
de onde o raio virá,e nem porque ,mas, virá.
Ele visita-me todos os dias
nas simples horas onde me encontro fragmentada.
E eu que sem saber nada,
não tive direitos defensivos,
nem pude praticar virtudes,
tive apenas que aceitar.
Aceitar sedento tal brutalidade,
que hoje em poucas verdades
eu teimo em acreditar.
A espera arde
e muitas dessas dores nunca vão me abandonar.
Lembro-me da velha frase de Pedro Nava
que em meu caderno de memórias
releio sem parar: "Eu não tenho ódio
eu tenho é memória.
eu tenho é memória.
Seria este o peso de aceitar...
Adriane Lima
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