terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Poema em Chamas



Eu mesma me assusto
com o que tenho
de abrupto e salta
dentro de mim
 

Me vejo vulcânica
lanço lavas
em forma de palavras
subentendidas
em meu modo de ousar

Sou meteórica
viajo de um lado
a outro 

e são poucos
que podem me ver
do jeito que
realmente sou

Ultimamente
ando sísmica
me abalo facilmente
com as superfícies da vida
que andam mudando
rapidamente

Tento vencer depressões
caminhar por planícies
Explorar meus vulcões
e sedimentar as feridas

Mas, tsunamis me habitam
varrem minhas costas 
me derrubam e por mais
sólida que esteja
eu me perturbo e não durmo

Tempos esperados e seus
desdobramentos
casos demarcados
que julguei sólidos

Magma de vida
que vem e devora
devasta meus sonhos
do aqui e de agora
 

Confesso que já pedi:
inunda-me e me leva
de uma vez daqui




Adriane Lima




Arte by  Robert Doesburg

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