sábado, 4 de fevereiro de 2012

Silêncios Primaveris




Hoje ao acordar pensei
triste teto
só te olham
com olhares imóveis
dos dias cansados
em que se estica
a cabeça acima
e se suspira
sons de agonia
ou de nostalgia 

Me sinto assim
tépida e obscura
branca feito a lua
perdida num céu
em meio a tarde
nada me invade
silêncio total

-tudo ecoa ao natural
 

um velho blues toca
com voz rouca
de acordes tristes
palavras árticas
feitas de saudade 

Feito de esperas mornas
quase primaveris
como o céu azul
que está lá fora
aqui dentro gris
 

-a música toma conta

Olho o teto branco
de novo
e o vejo nuvem
de meus blues sentença
vou ao chão
me enchem
em profusão
sonoros pensamentos
 
um verso
um inverso
de branco e solidão
e meu universo
indo parar na sarjeta
 




Adriane  Lima


Arte by Alberto Pancorbo

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