quarta-feira, 23 de maio de 2012

Caprichosa...mente




Sobras, restos, sinas
desencantos e convicções
que moram hoje em mim
igual sujeira deixada
em uma festa
após os convidados
irem embora

assim ficou nossa história
irremediavelmente inacabada

A música que não dançamos
o cigarro que não trocamos
o gole de vinho não derramado
o sol renascido
da esperançosa manhã

E passou e passamos
assim como os desenganos
a falta de planos
os desafetos concretos
e tantas certezas vãs

Fones que não tocavam
rotas sem bússolas
silêncio que assustavam
e direcionavam a morte em nós

Verdades que você trouxe um dia
para fixar histórias,feito raiz
blefes ao meu coração enfático
derreteram-se ao pó da estrada
feito cal soprado de giz

Pelo medo de saber-me enlaçada
faço de minha poesia
a raiva pisada
por você não ter provado
o sabor do meu pecado
mas hoje, o amor já foi usado
fechando assim , a cicatriz ...

Adriane  Lima
Arte by Jeffrey Barson

Um comentário:

  1. Oi Adri,

    Tudo bem? passando por aqui para me engradecer com a sua poesia. Histórias inacabadas como verdades!

    Beijos.

    Lu

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