quarta-feira, 6 de junho de 2012

(Im) previsto

 
 
Hoje acordei
com esse aperto
feito ar rarefeito
pesando no peito

Então me dei conta
que as palavras
invisíveis aos olhos
me doem 
dói o que não alcanço
dói onde não me lanço

palavras não são atos
mas elas contém vida
escoam na língua
trincam os dentes

e a saliva de meus poemas
escorrem pelo canto da boca

e então me vejo
amordaçada e lenta

suave em acre veneno
de quem nada diz
nem se declara
apenas retalha
E aguarda uma revolução

 
 
Adriane Lima
 
 
  Arte by Celine Excoffon 

Um comentário:

  1. Olá, Adri!

    As palavras nos conduzem, mas nos silenciam, machucam...

    Abraço,

    Aureliano.

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