sábado, 25 de agosto de 2012

Serena mente, coração descrente





Abro meu peito
no limite máximo, sinto que
meus pulmões não respiram
colecionam silêncios e descompassos

carrego hoje nos ombros a dor do amor
pesos desmedidos e amarguras infinitas
caminhante sigo
não paro o relógio do tempo

inverno, verão ou primavera
a violência dos dias vem vindo

destruindo
separando
esgotando

promessas de uma última flor
nos jardins de minha memória

A essência tem cheiro de passado
onde afago só retratos
balbucios de quem mal sabia andar

mergulho em miragens
me banho no lago de Deméter
água que me purifica
férteis sementes emergem

desejando que todos os dias
eu possa me perdoar pelas
horas de sede da verdade

onde tudo era colisão
meus pés buscando asas
no avesso da emoção




Adriane Lima  






Arte By Christofle Lorain

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