terça-feira, 11 de setembro de 2012

A doce visão do escuro




Minha dor é o jogo
da roda do infortúnio
pássaros comendo carne
de meus restos humano

restou-me bem pouco

além da sujeira
dessa lama

norte , sul, leste, oeste

pretéritos de um mundo inteiro

uma gaveta sempre aberta

para encontrar a palavra certa
para dissonâncias,interrupções
dessa minha roda de ilusões

vou pulando os desafios

dentro de mim, tempo vazio
impulsionando alguns lampejos

é ausência sem consolo o

que ganho em abandono
a vida petrificada
entre círculos mundanos

ando por labirintos

e sou guiada pelo instinto
dos sonhos que guardei
dos desejos que sangrei

de tudo que fui

e do todo que não ousei

hoje albergo-me

em memórias
e me indago 

se um dia poderia
ter sido outra
a minha história


 

Adriane Lima






Arte by Igor Morski  

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