quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Entre flores e dores : flutuo






Há os dias doloridos
onde olhamos ao redor
e tudo nos dói


dores da alma imaterial
da alma que sucumbe
em existências sutis


dói a música
mesmo que fale de beleza
entre chegadas e partidas


dói a delicadeza
de uma carta de amor
com todas suas intenções
melodramáticas


dói o olfato
experimento que traz junto
o doce perfume que exala a flor


tudo dói
o papel me dói
o poder de escrever
um único verso
me dói


a chuva que cai lá fora, me dói
o cão que late longe daqui ,me dói
o silêncio dentro da casa,me dói


as longitudes me doem
como se entrassem
no meu corpo adentro


e me fizessem sangrar
a realidade





Adri Lima

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