Tem dias que sou
a estranha mais estranha
não tenho fome
e me sirvo
não tenho voz
e me grito
amo quem desconhece o amor
e expurgo quem o zela
e cuido de minha dor
como se fosse outra
me dou água
e não tréguas
não me ouço
me digo adeus
e me dou colo
é estranho viver assim
nesse eterno jogo
de esconde-esconde
e onde mais
me reconheço
é feito um frágil passarinho
dentro do ninho
em plena solidão de peixes
Adriane Lima
Arte by Genesine Marwendel
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