sábado, 28 de dezembro de 2013

Rimando ausências



Hoje o poema
acordou e mostrou
o que sempre soube

deitamos
em tapetes do imaginário
voamos leves e delirantes

rimando ausências
rasurando sentidos
com palavras
que nunca estiveram aqui

aprendiz que somos
amantes das palavras
enveredamos luas

enroscamos nossos corpos
celestes
aflitos por uma prece
que libertasse o amor
das estrelas e do mar

que fosse só vento
a ventar
pelos versos
por entre os pelos
feito o apelo:
-jamais esqueça
o que arde
sopro adentro
a palavra,

essa constância
que queima
como o sol em nossos pulmões

troquemos estações
troquemos roupagem
iniciaremos nova viagem

de versos em permanência
feito o amanhã
que virá em um dia de cada vez
absorvidos na mais pura poesia



Adriane Lima e Carlos Moraes





Arte by Irina Karbaki 

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