quinta-feira, 13 de março de 2014

O sopro da criação


Pela janela vejo
um gavião solitário que sobrevoa o céu
Provavelmente a procura de sua presa,
sua caça, seu alimento
O que para ele, não é tormento
a dor que irá provocar.
A sua saciedade é
a dor rápida da morte escolhida.
Alimentando-se daquele que
placidamente caminhava
sem saber dos perigos
que o rondavam.
Não há lógica na dor
mas há lógica, em se alimentar
Em engolir por instinto
a própria sobrevivência
Como o mito de Prometeu
e Epimeteu diante a criação
da raça humana.
Eis em cada um de nós o sopro divino
com o ar.
O desejo de Prometeu : o que pensa antes
ou Epimeteu: o que pensa depois.
Assim podemos escolher ser caça e alimentar
a dor.
Ou caçador e cozinhar o alimento.
- nem todo gavião pode nos sangrar o fígado.



Adriane Lima
Imagem retirada da net 

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