quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tempo contínuo

 
 
 
Eu, sem palavras, quase mansidão
nada pensei além da entrega
derretia-me ao sabor da língua
 
percorria territórios
que formavam músculos
ornados por um dragão
 
aprendi a observar
seu jeito de anjo
de alma depenada
 
dedilhando o desejo
de atravessar-lhe
como se a carne alheia
fosse o pecado
 
falávamos tolices
para quebrar o silêncio
que abocanhava o escuro da noite
e avivava a luz da lua
 
evocávamos o prazer
o desvanecer
o brincar de eternidade
dentro desta noite
que supúnhamos eterna
 
e foi...
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
Arte by 

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