terça-feira, 31 de março de 2015

Ecos do dia



Hoje não há poesia
nem palavras escorridas
pela minha boca
ou pelo pensamento


Desejo tirar
as dores desse mundo doente


As manipulações que vejo
as forças que almejo
nos olhos de meus semelhantes

a continuidade da própria vida
em corpo e alma


Amar?
Viver a inocência desse verbo perdido
usado e ousado
carregado de intimidade
fomentado em banalidade


Bendito é o silêncio
que me entorpece
diante a inocência e a beleza
de um gesto verdadeiro


A poesia está na fragilidade
das entrelinhas
e na vulnerabilidade
que permanece comigo


Meu corpo pede colo
minha alma pede solo
que por esses caminhos
eu saiba viver à contemplação








Adriane Lima








Arte by Irina karkabi

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