segunda-feira, 11 de maio de 2015

A morte dos rouxinóis




A cada vez que morria
sabia qual delas iria
ter que enterrar

essa parcela de morte
não era possibilidade
de renascimento

era uma estranha
agonia em salvar-me
da paralisante vontade
que jamais fora minha

morri em tantos dias
de emoções não vividas
de águas tolhidas
de mãos em heranças de asas

que hoje alegro-me
de sucedâneas mortes
esquecidas ou lembradas
nesse olhar vazio
avistado pela solidão do mundo







Adriane Lima









Arte by  Amy Judd

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