Éramos nós
em uma solidão
que
nunca foi
mansa
trabalhando o
avesso
de programados
cotidianos
entre fortes e ensaiadas
palavras
que por serem ambidestras
compuseram poemas
equilibraram-se
nas mãos
que escreviam delicadezas
e traziam punhos
cerrados
na calmaria
banharam-se
em adormecidas
torrentes
que não mais desejávamos navegar
por hora, há indagações
demais
uma dor
renasce
em toda tarde que
morre
abri as mãos frente
ao rosto
e enxerguei nas
digitais
o tempo
passando
em sonhos
furtivos
Adriane Lima
Arte by Jean Pierre Leclerq
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