segunda-feira, 11 de maio de 2015

Entre voos perdidos

 
 
Éramos nós
em uma solidão que
nunca foi mansa
 
trabalhando o avesso
de programados cotidianos
entre fortes e ensaiadas palavras
 
que por serem ambidestras
compuseram poemas
 
equilibraram-se nas mãos
que escreviam delicadezas
e traziam punhos cerrados
 
na calmaria banharam-se
em adormecidas torrentes
que não mais desejávamos navegar
 
por hora, há indagações demais
uma dor renasce
em toda tarde que morre
 
abri as mãos frente ao rosto
e enxerguei nas digitais
o tempo passando
em sonhos furtivos
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
Arte by Jean Pierre Leclerq
 
 

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