quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Por entre vazantes


O tempo é exato
diante as coisas mínimas
onde quase assistíamos juntos
um naufrágio voluntário


parecíamos atentos
e não encontramos
em nossos mares
uma correnteza para
palavra Não


Um silêncio, entre corpos
rimas molhadas
por enganadoras reticências
identificadas pelo antigo viver


como entrega de cadela sem dono
a alma esquece o abandono
navega na curva sonora
sem nenhuma explicação


o que eclode certamente
ninguém sabe, no entanto
os sentidos vivem
na resistência cotidiana


embarcamos sempre
em nossas possibilidades
guardamos o caminho
ao tocarmos os instantes


porque sempre houve um cais
em nossos pés de abismos








Adriane Lima















Arte by  Alex Stevenson Diaz

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