quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

O silêncio que comigo fala


Meu poema nasce
à flor da carne
entre olhos de silício
que embaçam a visão dos dias

meu poema vem dos rios
e dos risos, em tarde desperdiçada
interpelando a paz contida
vazada em silêncios e
intensidade

faço poemas contra o tempo
decifrando meus desertos
brindando as gotas de chuva
ou as estrelas do ocaso

nada corrói o meu poema
nem as traças das palavras rebuscadas
ou a unicidade harmônica o mundo

onde o dizer e não dizer nada
é a força que compõe o mistério
são descompassos internos
nos fios esparsos dos dias 

lavando o pó da alma








Adriane Lima









Arte by A
ykut Aydogdu 

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