quarta-feira, 10 de abril de 2013

Liquidez Poética



  
E no final de um dia
pleno de cores
o sol adormece mansamente

olho através da janela
o horizonte ao longe
vejo uma realidade urgente

a noite e seus silêncios
sempre me acalanta
mas amaldiçoa -me
o tempo perdido

há cansaço no ar e nos ossos
eternizando esse desejo

entre a vida e a morte

esgotada de mim mesma
sigo sozinha minha intuição

imagino o chão da sala
vertido em um denso vermelho
tinto...retinto...
solto...do avesso

não é apenas um verso
além do desejo de desaparecer
sem ver nascer o outro dia

 
 
Adriane  Lima
 
 
 
Arte by Daniela Alves 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Há uma Pedra na Poesia

 
 
o que é a poesia contemporânea?
escrever em uma tela?

falar palavras sem interjeições
ao invés de falar do sol que atravessa a janela

é não ter o romantismo
dos parnasianos ultrapassados

ouvir estrelas?
só as de Hollywood
em filme dublado de sessão da tarde

burlar a filosofia
ser ou não ser
eis a questão

é a melhor pimenta que nos arde

ser contemporâneo
é escarrar de noite
e louvar o dia

é compor um eu lírico
para ter opinião em poesia?

no amanhã não ser o que somos
invisíveis seres azuis
onde brota a anarquia

estão me cansando esses rótulos
pós moderno,anarquista,marginal
no fim ,todos teclam com os dedos

o empirismo capital

o lance é vender livro
o lance é sair no jornal...

 
 
 
Adri Lima
 
 
Imagem retirada da net 

Códigos e cansaços




Existem códigos no universo
e pródigos do novo mundo

o velho olho de Zeus
perfurado pela serpente

vomitando filhos engolidos
presos pelo próprio destino

o vazio pelo qual se combate
só lhe deu uma certeza

demasiado humano
errou,sentiu dor e agonizou

-era a iminência do perigo

carne da mesma carne
ou
arvoredo da mesma floresta

-o bom é constatar

que para bom vegetariano :

nem foi tanto
para dionísicas festas

 



Adri Lima





arte by Rubéns
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