segunda-feira, 15 de julho de 2013

A corda da vida





Diariamente teu olhar
se volta ao teu umbigo
adornado por um piercing

deve ser o tal do ego inflado
que Freud se pôs a explicar
abertura de vida e morte
eu te carrego e te reflito

colocastes estrelinhas de brilhantes
em teu céu umbilical
o cordão que hoje ata
o teu mundo fascinante
te alimenta muito mal



Adriane Lima  





Arte by Fidel Ponce Ccana

O mar de estrelas mortas

 
 
 
 
Pensei em uma magia matinal
acordar e não ser eu
olhar-me no espelho
e ter suspiros e sossego
 
o peito altivo
guardando palavras doces
o hálito adocicado
pelo mel do último beijo
 
não haveria insônia
nem mágoas
nem guerras internas
 
nem mistérios a desvendar
seria a vida nua e crua
e eu acima dela
 
desfazendo meus dias pesados
abrindo os braços para aceitação
reiterando a morte diária
 
frente ao espelho de mim mesma
retinas mudas
boca sem brilho
 
sem revelar contentamento
apenas retirando a poeira da poesia
curando a realidade
sem licenças
sem medidas
nada poético
 
apenas amanhecendo outra
num dia de infinito
a aceitar o caos
 
há estrelas mortas repousando
a anos luz daqui 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
Arte by Omar Ortiz 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Amor em jogo

 
 
 
Não escolhemos as cartas
porém vestimos o jogo
quando acreditamos
conhecer o adversário
a vida nos mostra
ao contrário
 
 
 
 
Adriane Lima 
 
 
 
 
Arte Rafal Olbinski 
 
 
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