sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Fendas




Levantar-se
enfeudar-se
enfim, doar -se


Arrancar a pele
ter febre
ter sede
frente ao mar
ou na utopia do voar


sem porto
sem âncora
ser arco de minha própria fé


curvo-me diante à vida
ferida que arde
no osso que esfola
da fenda que abre
na vontade que morre


na curvatura da terra
eu jogo a semente
e sou descrente
de que possa germinar


Há vento
há água
há vaga
em meu eterno caminhar





Adriane Lima

2 comentários:

  1. Eu acho que, somos como um solo fértil.

    Mas as vezes, somos aridez, nada germina, nada fecunda.

    Adorei seu poema muito bom!

    Um ótimo fim de semana, espero por vc no Alma!

    ResponderExcluir

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