terça-feira, 18 de outubro de 2011

Recônditos


Entre metáforas
prosas e versos
me perdi entre
os silêncios
mais diversos
não mais sei
o que me resta
além de pensamentos
desconexos

Onde tudo é poesia
menos as palavras
elas, me soam
e não transbordam
sopram em minha carne crua
doendo feito marcas d'água
por saberem-se superfícies "in natura"

Elas estão lá
em recônditos lugares
espreitando os movimentos
pelas frestas
já sabem que aqui fora
são necessárias
para darem continuidade
a minha festa

Ando exausta
de brigar com elas
pedir que
venham novamente
com vontade
talvez porque
entendam tal necessidade
de me visitarem apenas
quando eu, sou a saudade

Poeta atônito faz silêncio
fica também catatônico
e de mãos vazias
tendo a companhia
do nada em noites frias
sem o verbo
que sempre
tatuou suas verdades

Elas fazem isso com certeza
para mostrar
que as palavras dentro dele
são livres e visitam o papel por contrapeso

Elas são seus ditos em segredo
prestando contas com o infinito

 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Imagem retirada da net 

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