quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Olhos de mitos e ilógicos



 
De minha boca lacrada
a folha rasgada
se fez vendaval

levada pela impulsividade
sou fel encobertando meu mel

tempestades me saem
palavras esvoaçam
e ameaçam quebrar esse silêncio

tantas injúrias me acusam
personificam-me em Medusa
a solitária e sem imagem do real

petrifico-me e desejo
quebrar esse feitiço
auto punição constante
lágrimas vertendo sal

pedra não sou
espelho me vejo
não perdi o mapa de minhas rotas
apenas não alcanço o meu desejo

muralhas,mentiras,medos
pernas e penas
ao infinito

antigas portas
já não me abrem
antigas vestes já não me cabem

existe pégasus em mim
e meu voo contém o antídoto
desse veneno endurecido
libertando os filhos de meu destino


 
Adriane Lima
 
 Arte by Web
 
 
 
 

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