sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

De volta ao começo




 

Vertigem, pensei:
memoráveis tardes
infinitos mergulhos
águas que atravessei

num canto de solidão
deitei de cabeça para baixo
criei uma nova visão
para meu mundo

fui vendo as coisas
sem o peso das cobranças
sem o olhar desanimador
tirei o peso dos ombros

e das margens que me oprimiam

de cabeça para baixo
me sustentei
olhei a chuva que caia
transpassando o dia
e me vi também mudando

com o sol, me animava
com a chuva me aninhava
e senti a grandeza das surpressas
vento rasgando sorrateiramente o meu viver

reinventei meu universo
sem verbos ,sem verbetes
calçei um salto e com classe
voltei ao chão

pés para cima,pés para baixo
fluxo sanguíneo correndo forte
giros em mim mesma
encantada entendi de ângulos
e cismada percebi
que a vida era nada
diante de meus planos

triste é nunca se perder de amor
nunca mudar através da dor
passageiros da ilusão
ignóbeis que se perdem em vestígios
de uma vida igual
de nunca virar-se de cabeça para baixo
e de lá sentir os pés tocando o céu

Feliz estou em ser quem sou agora
Yin e Yang dentro de mim


Adriane  Lima






Imagem by Tertius Allio 

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