Que motivos
tenho para acreditar
deter algo
dentro e fora
de meus assombros
o calor chega
é preciso me despir
o inverno chega
é preciso me vestir
e quem sou eu
para ditar regras
parar o sinal
pensar nas horas
o carro corre
tenho tempo
para falar
a tarde morre
tenho tempo
para amar
e quem sou eu
para o inesperado?
quando pairo
sobre uma cidade inteira
o tempo voa lá fora
sinto uma paz
comprada
muito embora
conheça o preço dela
tudo não passa
de filosofia
das últimas horas
onde as palavras
parecem
ser escolhidas
a dedos
para não trincar
a benevolência
dos que ainda
romantizam
o crepúsculo
para afirmar
que ainda
a noite pesada
gerará sobre nossas
metamorfoses
seres alados
e livres
escudos e bandeiras
que se fragilizam
diante da delicadeza
do tempo
vendo os olhos
nesse véu de poesia
onde um dia
me achaste
descoberta
e fecho os lábios
feito pétalas
em botão
para que renasçam
contra o tempo
feito as asas
arrancadas
de meu nada
assim
hospedo nas horas
apenas o cenário
dessa paz
dissimulada
e deixo
meu amor
andar sozinho
mesmo dizendo:
- naquela manhã
fomos felizes para sempre
Adriane Lima
Arte by Craig Tracy
Lindo, Adriane, você se supera a cada dia. Abraços
ResponderExcluirObrigada Lucia,fico sempre muito feliz com sua visita e todo seu carinho de amiga e poeta!!!
Excluirbeijos