sexta-feira, 30 de maio de 2014

Vazios interditos





Ser como a voz
que habita a cidade
ser como o silêncio
que habita em mim
 
sair como quem olha
o céu e percebe a
complexidade
 
misturar o que se sente
e mergulhar na frieza do dia
abstrair da natureza morta
não só nos objetos inanimados
 
as mãos vazias, peito apertado
a sujeira colada nos rejuntes
a velha história em vários ângulos
 
enxergar algum sentido
dentro de todos
se fragmentar e ser inteira
dentro desse vácuo
que me suga para dentro
 
- pertencer
- despertencer
e dar a coragem
um peso incalculável

 
desconstruir as dores
habitar os vãos
acordar a palavra esperança
 
ela está sempre habitada
pelos verbos
que adormeceram em mim

 

 

 



Adriane Lima







Arte by  Krassimir Kolev


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