sábado, 20 de setembro de 2014

Dor refratária




De vez em quando
tudo em mim
anda a mil
tudo se desencapa

feito um fio
um curto aparato
fundamentado em
plena fisiologia
(puro potencial de ação)
onde chovem desilusões
de substratos negativos
e faiscam entre
brasas positivas
sob refúgio de células
em despolarização

os meus sonhos de menina.
Lágrimas colombinas
buscam impulsos
nas atividades emocionais
dentro de um abraço vital 

revisito meus abismos
desprendo-me de
mãos silenciosas
em repúdio ao medo
dos meus pés sedentos
de caminhos e esquecimentos
sobre os escombros
surge a lembrança
do sorriso de palhaço
que eu temia, quando criança







Adriane Lima






Arte by  Oksana Zhelisko


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