sábado, 11 de julho de 2015

Era uma vez uma alma



Dessa estrada, conheço cada curva
cada esquina suja, que não se explica
ali adentro, vestindo cuidados
que uso, para não me deixar levar


na frieza, me alimento desse gosto
que feito um soco,
certeiramente me acorda


Por um céu imaginário, transito
não esqueço meu norte
ou outro ponto visceral,
para não dizer cardeal


Oriento-me por reminiscências
junto memórias, como as crianças juntam
cheiros, cores, rostos familiares
...identificação absoluta...


a dor chega a ser felicidade
feliz cidade, que me deixa comovida
com vida e me convida a andar embaixo de chuva


contida em sua garoa, sou a flor de algum poema
em meu olhos catárticos, supero o espanto
Sou a luz descrita por um poeta distante
Sou meu buraco negro perdida em cada instante




Adriane Lima




Arte by Ala Svirindek

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