quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Prosa para pessoas sensíveis V


É como sempre tenho dito:
me desculpe moço, mas aquilo
não era e nunca será amor.
Eram apenas duas almas solitárias
que vazavam fragilidades.
Acredite nisso, éramos corpos desejosos
que nunca se entregavam
Eu queria palavras vindas da alma 
e não da boca para fora
Vivemos um jogo de ilusões
para nossas vidas ficarem leves
e não se desmancharem em dor.
Eu sei moço, você foi a melhor
mentira que já me foi contada.
O silêncio gritante em horas erradas.
Te perdoo moço, já que amar 
é ter a vida bagunçada.
Dentro do meu peito há um coração
que pode ser renovado.
E te peço que me deixe guardar
as lembranças dos dias felizes,
com o tempo apagarei cicatrizes
e tudo que me feriu
Assim como te digo que a esperança dói
também digo:
não desperdice meu tempo 
pois, com o coração eu me acerto.
Amor é quando a gente diz: eu gosto
e se desgasta.
Vai até o fim mesmo não conhecendo a estrada.
Nós...
não passamos da primeira curva.









Adriane Lima







Arte by Jedavu 

Entre margens


Sob um luar navegador
meu peito embala
uma saudade

creio que o cais
nunca existiu
e assim como você
desconhece profundidade





Adriane Lima






Arte by Kill Rase


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Onde adormece o silêncio


Não me pergunte sobre o tempo
se está frio ou se vai fazer calor
O tempo é dono do agora
e não, das intempéries lá fora

Me pergunte como o tempo
acordará os sonhos adormecidos
O tempo é sempre fluído
tão avassalador e desmedido

O tempo repousa em trapézios invisíveis
ou entre pulos de ovelhas esperançosas
travessias entre vida e morte

Não me pergunte sobre o tempo
deixe-o cuidar do mistério humano
do possível infinito, no verso de um poeta

Não pergunte sobre o tempo
viva-o, antes de ser tocado por ele
entre as respostas turbulentas das horas









Adriane Lima


Arte by Sophia Bonatti





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