sábado, 15 de outubro de 2011

Tempus Fugit




Todos os dias nasce uma flor
morre um amor
nasce uma dor
morre, nasce
nasce, morre

- intensifica

 esse movimento de nascer e morrer
caleidoscópica sede de viver
teia feita de frente e verso
por emaranhados sentimentos de angústia

as certezas contidas
nos gestos confusos
as palavras soltas
nos sonhos malditos
as trêmulas pernas
nas mãos em espera
-corpos jogados ao vazio-

exato mesmo é que se nasce 

é que se morre
não o que se diz
nem o que se sente
 

latente é quando 
o amor não se traduz
joga-se a semente à espera da flor
 

mais certo é compreender 
que todas as perguntas são fúteis
quando estamos felizes 

Talvez seja esse o 
inútil passar do tempo lá fora

 







Adriane Lima








Arte by Alberto Pancorbo  

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